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Câmbio deve ficar mais instável neste ano

Câmbio deve ficar mais instável neste ano
14/02/2018

O câmbio deve ficar mais instável neste ano frente a 2017, apontam especialistas. As expectativas, inclusive, oscilam entre R$ 3,25 por dólar e R$ 3,40, o que evidenciam a necessidade de proteção (hedge), principalmente pelas empresas menores.

Os especialistas comentam que essas oscilações se devem aos cenários incertos, tanto nacionais quanto externos neste ano. No Brasil, visível no horizonte, estão as eleições sem um pré-candidato definido – o que dificultam as previsões – e no âmbito internacional, o destaque é a política de comércio mundial do presidente norte-americano, Donald Trump.

Por outro lado, estão precificadas “surpresas” nas investigações da Operação Lava Jato, o que podem comprometer a candidatura de alguns políticos. No caso do ex-presidente Lula, por exemplo, no dia de seu julgamento (no mês passado), o dólar chegou a cair aos R$ 3,189 (-1,51%). Porém, avançou nos dias seguintes e fechou ontem a R$ 3,2954.

De acordo com relatório do Itaú Unibanco, assinado pelo economista-chefe da instituição, Mário Mesquita, o real frente ao dólar atingiu em janeiro a máxima desde outubro do ano passado. Segundo o documento, o ambiente externo segue muito favorável para emergentes, apesar da volatilidade recente em alguns preços de ativos globais. Os economistas do banco esperam que a taxa de câmbio feche 2018 a R$ 3,25 por dólar.

Na avaliação de Bruno Foresti, gerente de câmbio do Banco Ourinvest, de fato, neste começo de 2018, os indicadores da economia brasileira, como o superávit comercial recorde, atraem os investidores estrangeiros, fazendo com que entrasse um grande fluxo de capital no País, o que valoriza o real. Em janeiro,o Brasil registrou o segundo maior ingresso de dólares da série histórica do Banco Central (BC), ao atingir US$ 8,063 bilhões.

No entanto, Foresti ressalta que com a proximidade das eleições brasileiras, o real apreciado tende a se depreciar, o que pode chegar ao patamar de R$ 3,40. “Principalmente o ambiente político traz incerteza para o dólar [cotação]”, entende o especialista.

Ao mesmo tempo, o gerente de câmbio do Ourinvest comenta que a expectativa de quatro alta dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), deve fazer com que o capital estrangeiro migre para operar nesse país, outro fator para depreciar o real neste ano.

Além disso, os juros reais aqui estão caindo, o que não é positivo para os investidores (rentabilidade menor), de modo a fazer com o País fique “atrás dos pares emergentes”, nas palavras de Foresti, como Rússia, Turquia e México, o que podem torná-los mais atrativos que o Brasil.

Desta forma, as operações de câmbio devem ganhar força ao longo deste ano. O gerente da Ourinvest sugere, principalmente às pequenas e médias empresas com compromissos com dólar, protegerem-se dessa volatilidade, por meio de operações como de swaps e NDF (contrato a termo).

Fonte: DCI – FERNANDA BOMPAN