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Balança registra superávit no 1º semestre, porém com quedas expressivas

Balança registra superávit no 1º semestre, porém com quedas expressivas
04/07/2016

Com US$ 16,743 bilhões em exportações e US$ 12,770 bilhões em importações, a balança comercial brasileira do mês de junho chegou ao superávit de US$ 3,974 bilhões. Ao fechar os números do primeiro semestre de 2016, o saldo da balança ficou positivo em US$ 23,635 bilhões, o mais alto resultado para o período desde 1989, ano em que o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) iniciou a série histórica. O número é resultado de US$ 90,237 bilhões em exportações e US$ 66,602 bilhões em importações, de acordo com os dados apresentados pelo diretor do Departamento de Estatísticas e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, durante coletiva de imprensa, realizada na sexta-feira, em Brasília.

Na avaliação de Brandão, o resultado do semestre foi influenciado pelo aumento de 9,8% no índice quantum, que mede o aumento das quantidades exportadas. Entre os produtos que mereceram destaque, ficaram automóveis de passageiro (50,4%), celulose (29%), soja (17,7%), carne bovina in natura (14,1%), aviões (9%), minério de ferro (4%) e petróleo (0,5%). Do lado das importações, as quedas foram significativas: o Brasil comprou 29,6% a menos do que no mesmo período do ano passado, importando produtos de valor 10,8% inferiores, e em quantidades 20,1% menores (índice quantum).

Apesar do foco do Decex no Superávit, no entanto, os valores ainda vão bem abaixo da média dos últimos anos, apresentando ligeiro recuo na recuperação no último mês, por influência de diversos fatores, entre eles a contenção da desvalorização do Real frente ao dólar. Brandão explicou a importância do superávit comercial para o equilíbrio das contas externas, justificando que “o resultado que é muito significativo porque ajuda a equilibrar as contas externas do Brasil (…), além de melhorar a saúde financeira do país como um todo”. Herlon Brandão confirmou que o MDIC ainda trabalha com a perspectiva de um superávit significativo para 2016, na casa dos US$ 45 a 50 bilhões.

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Vocação das exportações brasileiras

Enquanto o Brasil comemora as vendas superiores às compras, a lista de itens exportados mostra que o País se beneficiou de condições cambiais no setor de agricultura (especialmente grãos e carnes), porém não conseguiu superar a movimentação do ano anterior, registrando retração nas vendas de produtos básicos (-7,9%), manufaturados (-4%) e semimanufaturados (-1,5%).

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Em 2016, vendemos para o mercado internacional 38% a menos de petróleo em bruto, 27,3% a menos de café em grão 24,4% a menos de minério de ferro, enquanto aumentamos as vendas de milho em grão (100,7%), algodão em bruto (34,3%), carne suína (13,2%), soja em grão (9,3%) e carne bovina (3,9%).

No grupo dos manufaturados, perdemos vendas principalmente de autopeças (-25%), motores para veículos e partes (-22,6%) e motores e geradores elétricos (-20,6%). Por outro lado, cresceram: etanol (74,2%), tubos flexíveis de ferro e aço (56,6%), automóveis de passageiros (34,3%) e suco de laranja não congelado (18,4%).

Os principais países de destino das exportações foram: China (US$ 21 bilhões), Estados Unidos (US$ 10,7 bilhões), Argentina (US$ 6,5 bilhões), Países Baixos (US$ 4,7 bilhões) e Japão (US$ 2,4 bilhões). Enquanto as exportações para a China e para a Argentina mantiveram-se estáveis, as vendas para os Estados Unidos e Europa caíram 12% e 3,5%, respectivamente. Para o Japão, o fluxo de vendas aumentou em 4,6%.

Queda geral de importações

A preços proibitivos para o brasileiro, as importações do primeiro semestre de 2016, quando comparadas a igual período do ano anterior, registraram as quedas mais expressivas em combustíveis e lubrificantes (-48,9%), bens de consumo (-27,5%), bens intermediários (-26,8%) e bens de capital (-19,9%).

Os principais países de origem das importações foram: China (US$ 11,4 bilhões), Estados Unidos (US$ 11,2 bilhões), Alemanha (US$ 4,7 bilhões), Argentina (US$ 4,2 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 3 bilhões). Em relação ao mesmo período de 2015, Brasil cortoo as compras da China em 34,2%, dos EUA em 23,3%, da Argentina em 25,2% e da Coreia do Sul em 7,4%. Não houve nenhum país do mundo do qual o Brasil tenha aumentado as importações.

Fonte: Guia Marítimo